Como morar na Europa e não conhecer umas das cidades mais famosas do mundo? Além dos preços bem econômicos de passagens, viver na Europa proporciona fazer pequenas viagens, o que é uma grande vantagem. Nesse artigo conto da minha aventura e ensino o que fazer em Amsterdam com 1, 2, 3 ou 4 dias.
O que fazer em Amsterdam: Como chegar?
De Dublin a Amsterdam são apenas 1h 30 min de voo. Consegui uma passagem por 47 euros saindo de Dublin (viajei em fevereiro de 2018). Vale lembrar que não foi o valor mais barato que se encontrar, pois eu precisava viajar em dias certos, sem qualquer flexibilidade de datas.
A cidade recebe voos de muitas cidades da Europa, do Brasil e de diversas partes do mundo. Recomendo a leitura do artigo de como encontrar passagens aéreas baratas com o google flights que escrevi.
Saímos no primeiro voo da quarta-feira e voltamos no ultimo voo de sábado. Dentre outras vantagens paguei apenas 3 diárias no hotel e aproveitamos 4 dias pela cidade.
Como chegar no centro de Amsterdam saindo do Aeroporto?
Para chegar no centro de Amsterdam saindo do Aeroporto é muito fácil. Basta comprar o ticket do trem que sai de lá e te deixa na Estação Amsterdam Centraal, muito prático. Na volta pode-se fazer o mesmo percurso, que leva cerca de 30 minutos.
Quando viajar para Amsterdam?
Talvez a época mais concorrida para quem procura o que fazer em Amsterdam seja na primavera (de março a junho), quando os campos de tulipas estão floridos. Mas saiba que nessa época tudo fica mais caro. Em abril acontece a maior festa holandesa: a festa do rei, comemorada no dia 27 de abril.
O verão (junho a setembro), assim como em toda Europa, faz bastante calor, sobretudo em agosto. Considerando também como alta temporada, tudo fica mais cheio. Nessa época é possível anoitecer ainda lá pelas 22 horas.
Enquanto isso, no outono (setembro a dezembro) o clima fica bem mais agradável e os preços também. Período considerado como baixa temporada. Por outro lado existe riscos de chuvas e ventania.
Por último o inverno vai de dezembro a março e tudo pode acontecer: neve, frio abaixo de zero, canais congelados, dias escuros a partir das 16 horas e lagos congelados. Pode não ser o melhor cenário, mas é quando os preços ficam menores e o número de turistas cai.
Como viajei em fevereiro já sabia o que esperar. E foi exatamente assim: chuva todos os dias, mas pequenas garoas e frio. A temperatura girava em torno de 1 grau, mas nada que atrapalhou a viagem. Se for no inverno, leve roupas apropriadas porque além das baixas temperaturas há muito vento. Mas todos os lugares são preparados para lidar com esse frio.
Onde ficar em Amsterdam?
Ficamos em um Hostel que tem fama de ser o primeiro cinco estrelas da categoria no mundo: o The Bulldog Hotel. Paguei 91 euros por 3 noites, incluído no preço café da manha e toalhas. O hostel é ótimo, limpo, seguro, mas o melhor de tudo é a sua localização.
O The Bulldog Hotel fica localizado bem no centro, perto de tudo. Isso foi ótimo, afinal os pontos turísticos de Amsterdam ficam próximos, não sendo necessário pegar transporte publico para nada. Outra dica valiosa é que o hostel oferece happy hours com pint de Heineken por metade do preço. Isso significa que você só vai pagar 2,50 euros entre as 20 e 21 horas. Não podia ter uma notícia melhor justamente na terra da cerveja.
Agora se você prefere um lugar que ofereça mais privacidade ou se interesse por saber outras opções de onde ficar em Amsterdam separei algumas sugestões neste link.
Como comer barato em Amsterdam?
Alimentação em Amsterdam não é muito barata, ainda mais se você converte a cotação do euro. Então optei por comer lanches na rua, na maior parte do tempo. Dei uma olhada nos cardápios dos restaurantes e as refeições giravam em torno de 15 euros.
Mas na rua sempre tem muitas opções para quem quer comer barato em Amsterdam. Encontrei, por exemplo, fatia de pizza gigante por 3,50 euros. A melhor batata frita da Holanda custava 4 euros. Tinha cachorro quente com batata por 7 euros e o mais delicioso waffle por 6 euros.
Existe o Febo, uma rede de lanches rápidos holandesa que tem precinhos bem camaradas também. Você olha na vitrine, escolhe, paga e pronto. É só alegria.
Já no Foodhallen você pode experimentar várias comidas de uma só vez em uma espécie de mercado gastronômico. A torta holandesa mais famosa fica na Winkel 43. Troost é uma famosa cervejaria holandesa super recomendada.
O que fazer em Amsterdam em 4 dias?
Dentre as inúmeras opções de o que fazer em Amsterdam estão diversos Museus, muitos parques e lugares ao ar livre.
Dia 1:
É provável que você chegue já na metade do dia, então aproveite esse tempo para se ambientar pela cidade. Passeie pelos canais e admire a arquitetura das casinhas, entenda como os moradores resolvem praticamente tudo de bicicleta e explore um pouco do centro. Para quem pretende alugar uma bike, é possível encontrar a partir de 15 euros o dia.
Você pode conhecer a praça Dam, a Igreja De Nieuwe Kerk e o Palácio Real de Amsterdam, tudo caminhando. Aproveite para experimentar as batatas do Vlaamse Friteshuis, uma comida super típica holandesa. A essa altura você também já deve estar querendo beber uma Heineken, a mais famosa cerveja do país.
Foto: Cláudia Lube
Conheça também a Praça Spui, no coração da cidade. Bem ali fica o Begijnhof ou Jardim das Beguinas. Em uma porta, que mais parece ser da casa de alguém, o lugar é quase secreto. Uma vez lá dentro você conhecerá o refúgio onde viveram mulheres beguínas.
Tratava-se de uma espécie de irmandade feminina católica laica, formada por viúvas e solteiras que se dedicava aos trabalhos de caridade junto aos pobres e doentes, sem que para isso precisassem fazer votos religiosos. Para visitá-la, procure a American Book Center, pois a porta que dá acesso ao Begijnhof fica do lado.
Termine esse primeiro dia no Sky Lounge, considerado o melhor bar de Hotel em Amsterdam. Preciso falar mais alguma coisa? Apenas que fica ao lado da Estação Centraal de trem. Vá lá e confira!
Dia 2:
Esse dia pode ser inteiramente dedicado a história, caso seja o seu interesse. Em Amsterdam existe a Museumplein ou praça dos museus. Nela você vai encontrar o Museu do Van Gogh, principal artista holandês. Para visitá-lo bem pode ser necessário uma manhã inteira.
Quase ao lado dele está o Rijkmuseum, considerado o “Louvre” da cidade. Também merece uma manhã ou tarde para apreciar seu acervo gigantesco. Bem no meio desses dois ficava aquele famoso letreiro I AMSTERDAM, que se não me engano foi o primeiro dedicado ao amor por uma cidade. Agora o monumento é itinerante e fica percorrendo pontos turísticos da cidade.
Outros famosos museus que estão instalados na cidade são o Museu de Amsterdam, o Rembrandthuis, dedicado ao famoso pintor holandês Rembrandt e a Casa de Anne Frank, que conto mais detalhes a seguir. Tem ainda o Madame Tussauds Amsterdam, um museu de cera igual a todos os outros instalados mundo afora.
Se você optar por apenas um desses museus ou ainda quiser só passar pelos dois primeiros então pode ser que dê tempo de visitar o Vondelpark, um parque delicioso com lagos, animais, cafés, pontes românticas e um ótimo espaço para andar de bicicleta, caminhar ou simplesmente passar algum tempo livre.
Sexo, drogas e…?
À noite você pode conhecer o Red Light District, o reduto da prostituição holandesa. Tá, você pode não querer contratar uma prostituta, mas precisa saber que o local é sim uma atração turística. Por ali você vê de tudo, mas tudo mesmo.
Só não tente fotografar as profissionais que podem se irritar e criar grandes problemas. Apesar do tipo de lugar é perfeitamente seguro e interessante de observar as pessoas nas vitrines ou nas portas sendo vendidas.
Como você também já deve saber, na Holanda não é proibido o uso de drogas leves. Então você facilmente encontra maconha vendida legalmente em lugares chamados Coffeeshop. Os lugares são dos mais variados, é possível encontrar um cardápio com diversas opções de coisas que levam maconha.
De bolos, brownies, chiclete, pirulito até mesmo a fumar com narguilé. Só não pode fumar na rua. O consumo tem que ser feito sempre dentro desses lugares. Então se você curte essa vibe, fique atento. Se não quer pode ficar tranquilo porque a cidade tem muita coisa a oferecer.
Dia 3:
Museu da Anne Frank
Nesse dia comece logo pelo Museu da Anne Frank, uma das atrações mais concorridas da cidade e com venda exclusiva pela internet. Pode ser considerada como uma experiência inusitada, afinal a história dessa jovem menina comove até mesmo quem não sabe muito sobre ela.
Se você nunca ouviu falar dessa garota, saiba que: foi uma garota judia que, durante a Segunda Guerra Mundial, ficou escondida dentro de uma casa secreta por mais de 2 anos em razão do regime nazista. Ficou famosa depois de ser levada para um campo de concentração e ter seu diário descoberto. Já aviso que a entrada de ingressos é limitada, portanto compre com uma certa antecedência.
Não tem como não se emocionar com a historia. O museu conserva muitas coisas originais, o que deixa essa visita angustiante. Uma historia que poderia ser esquecida, mas não deve. Visitar a casa onde ela ficou é uma verdadeira mistura de sentimentos.
Heineken Experience
Nesse mesmo dia realizei o Heineken Experience, um passeio que valeu super a pena. Há vários tipos de pacotes que podem ser comprados pela internet, mas pesquisei antes e descobri que conseguiria comprar em algumas lojas por lá pagando o mesmo preço.
Os pacotes vão de 16 a 50 euros. Fiz o passeio mais simples que custava 16 euros. Durou cerca de 2 horas e contemplava um tour pela historia da fabrica, várias áreas interativas e ainda três tulipas de chopp. Ao final do passeio é possível comprar diversas lembrancinhas na loja da marca, além de poder personalizar uma garrafa de cerveja. Uma lembrança e tanto, não é mesmo?
Para o final desse dia você pode optar por ficar na Rembrandtplein, uma praça considerada como reduto boêmio de Amsterdam com bares, boates e muita diversão. Ou ainda fazer um passeio de barco pelos canais da cidade com ou sem refeição incluída. Na frente da Centraal Station saem diversos tours. Tem também ao lado da Leidseplein, outra praça que inevitavelmente você acabará passando e por onde rola muito agito. Os preços variam do tipo de passeio que você vai fazer.
Dia 4:
Geralmente esse é o dia onde os visitantes tem apenas um período. Você pode fazer alguma coisa que não tenha dado tempo de encaixar no roteiro ou então conhecer o bairro Jordaan, um dos mais famosos da cidade. É lá que ficam as De 9 straatjes, ou 9 ruas com lojas de souvenirs, artesanato, galerias de arte, cafés e muito mais.
Nesse dia você também pode visitar o Albert Cuyp Market para fazer umas comprinhas de produtos locais. A rua Kalverstraat é ótima para quem está interessado em compras também. Outra opção é visitar a Biblioteca Pública de Amsterdã (Open Bare Bibliotheek), de onde se tem uma bela vista da cidade do seu topo. Para visitá-la a entrada é gratuita!
Pode ser ainda o momento ideal para um tour de bike pela cidade ou quem sabe para visitar os moinhos de Zaanse Schans, a cerca de 20 minutos de trem partindo do centro da cidade.
Se a sua visita for entre março a maio não deixe de visitar os campos de tulipas em Keukenhof. O pessoal do Conexão Amsterdam tem um post recheado com informações e dicas desse passeio.
Quem tem mais tempo livre pode ainda dar uma esticada para conhecer Roterdã, a capital política da Holanda.
Outras Dicas:
Para saber tudo que acontece na cidade não deixe de acessar o site com a agenda local. Mesmo não sendo o idioma oficial, praticamente todo mundo fala inglês. O transporte público também é super fácil de usar e muito eficiente.
Não deixe de provar uma torta de maçã, especialidade que se encontra em qualquer lugar da cidade. Ela se chama Appelgebak met slagroom. Outra iguaria gastronômica é o Oliebollen, que são bolinhos com uvas passas, fritos e passados no açúcar. Mais uma tradição da cidade são os Waffles.
O Museumkaart é um cartão que dá acesso a mais de 20 atrações em Amsterdam e quase 400 em toda a Holanda. Se tem dúvida se vale pagar o preço, eu diria que depende daquilo que você quer conhecer. Confira a lista de atrações no site.
Para saber qual meio de transporte público usar em Amsterdam é possível simular rotas no 9292. Lembre-se que em Amsterdam você deve validar seu ticket tanto na entrada quanto na saída.
Como foi minha primeira vez no país, considerei 4 dias poucos, pois queria visitar o lugar do moinhos e não tive tempo, então se puder e quiser conhece mais, sugiro de 5 a 6 dias de estadia.
Conclusão:
Amsterdam é uma cidade muito democrática, com atrações para todos os gostos. Impossível não fazer planos de voltar. Se tiver alguma outra dica deixe nos comentários.
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Ótimas dicas para aproveitar bem Amsterdam! É mesmo uma cidade deliciosa e com opções para todos os gostos, né?
Sim, umas das mais democráticas que já vi! Lol
Muito bom o texto, repleto de informações importantes. Obrigada por compartilhar.
Obrigado pelo seu comentário Alessandra! Abs
Um aluno meu chinês foi há pouco tempo à Holanda e veio de lá encantado com os cogumelos alucinogénicos. É um mundo à parte, mesmo
Uma experiência única… abs
nossa realmente tava barato a hospedagem! quando fui nao tinha mais tantos lugares disponiveis e os precos subiram muito por causa das tulipas
Espero voltar na época das tulipas, deve ser outra experiência. Abs
Amei as dicas, um destino que preciso tirar da lista, as opções pra economizar em alimentação, comendo na rua é bem interessante, perfeito pra economizar.
Vai curtir muito a cidade Deisy. Economizar sempre é bom! Abs
Viajei de novo pra Amsterdam com seu post. Olha, fui em um Maio e peguei 3 dias de chuva direto.
Que delicia Márcia. Obrigado pelo seu comentário. Abs
Sou suspeita pra falar de Holanda, né? haha!!
E que legal que vcs vieram no inverno e puderam pegar o laguinho do Museumplein pronto pra patinar no gelo! 😀
Nossa, faz tanto tempo que a gente foi para Amsterda, precisamos voltar! 🙂 Adorei a dica de roteiros em cada dia.
Obrigado pelo comentário Edson! Abs