Belém: simplicidade e um turismo inusitado

Se eu disser que visitar Belém é um programa pra qualquer pessoa, eu estaria mentindo. A capital do Pará ainda não faz parte das queridinhas entre as cidade que qualquer um gostaria de visitar, não é referência quando se planejam as férias, mas tem muito a oferecer e deveria fazer parte dos seus planos. Vem comigo que eu te conto um pouco mais pra te animar.

Desembarcando no modesto aeroporto, zarpamos de táxi direto pro terminal hidroviário que fica no armazém dez da companhia das Docas, com destino a famosa ilha de Marajó, o maior arquipélago fluvial do mundo, bem na porta de entrada da Amazônia. São 3 horas até o porto de Camará e não se assuste pela quantidade de gente a bordo. Uma dica valiosa é: pague pelo bilhete VIP e vá no ar condicionado, não é questão de luxo, é de necessidade mesmo porque o calor dos trópicos é escaldante.

Foi a primeira vez que naveguei num rio cheio de belezas e águas turvas, a embarcação quase não balançou. Atracamos no porto e foi um Deus nos acuda, gente saltando do barco aos pulos todas apressadas, um verdadeiro caos. Uma dica muito importante para quem vai ao complexo do Marajó é levar dinheiro vivo, pois só existe uma agência do Banco do Brasil em Soure, a ilha vizinha de Salvaterra, e a maioria dos lugares não aceitam cartões.

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Escolhemos a Pousada Bosque dos Aruãs, que ficava em Salvaterra e lá sim, aceitava cartão. Vãs fazem o trajeto entre o terminal fluvial e a pousada, basta dizer o nome da hospedagem e eles te deixam na porta. O trajeto durou cerca de trinta minutos e então estávamos no nosso chalé de madeira, com vista de frente para o rio, numa região privilegiada da ilha. Bem do alto de um penhasco, foi a primeira vez que fiquei hospedado assim, de frente para um rio com jeitão de mar. Por ali, perdi tardes tranquilas jogando baralho e sentindo a brisa do entardecer, na espera do sol se por ou admirando as estrelas, numa das espreguiçadeiras. Quem vai a Marajó busca sobretudo sossego.

E sobre a primeira impressão de tudo aquilo, só posso dizer que estar na “Amazônia” foi demais, mesmo um pouco assustado com a falta de recursos e precariedade de algumas coisas, das histórias de malária, dengue e outras doenças típicas e também pelas exóticas e diferentes belezas que estavam naquele lugar. Contrariando as expectativas pessimistas, nada de ruim aconteceu.

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Bem pertinho da pousada, podíamos ir a pé até a Praia Grande, uma parte do rio na qual se tem área própria para banho e dificilmente terão ataques das temidas arraias. Por precaução, ande sempre arrastando os pés quando entrar na água. De lá também foi fácil pegar um barquinho que ia até Soure, pagando algo como dois reais pela travessia. Em Soure, você precisará pegar um táxi, mototáxi ou ônibus para ir até a Fazenda Bom Jesus (passeio mais ecológico e que não fiz) ou a Fazenda São Gerônimo, famosa pela gravação do programa “No Limite”, da novela “Amor eterno amor” e também pelos seus passeios de búfalo e jangada. Pagamos cinquenta reais por um passeio de três horas que incluía trilha, travessia pelo rio na jangada, caminhada pela praia de Goiabal e suas árvores gigantes e retorcidas, terminando numa trilha de raízes e mangues, que mais parece um labirinto, nem místico e interessante. A última parte do passeio é feita montada num búfalo, sendo que o guia conduz o grupo até a entrada da fazenda. Dona Gerônima nos recebeu com um suco natural bem gelado. Já tínhamos combinado com o taxista de nos pegar ao final do passeio.

Seguimos para a praia do Pesqueiro, tida como uma das melhores da região, contudo não nos arriscamos a entrar na água, pois os barraqueiros disseram que uma moça tinha sido picada por arraia no dia anterior. Comemos uma porção do famoso pirarucu e seguimos de volta ao centro de Soure, onde ainda vimos peças da cerâmica marajoara e alguns artigos de artesanato. Atravessamos para Salvaterra e degustamos à noite uma pizza marajoara, uma delícia. Outra coisa bem típica de Marajó é que a grande maioria das pousadas tem restaurantes aberto ao público, assim você come quase que ao lado dos hóspedes, sem muitas frescuras. Comemos também a carne com queijo de búfalo, que apesar do gosto mais forte, também é muito saborosa. Numa outra noite, experimentamos o inusitado caranguejo que se cria nas águas doce e salgada, que tem um gostinho levemente adocicado. Durante o dia esteja sempre com protetor solar, pois o sol é muito forte. Acreditamos que dois ou três dias sejam suficientes para conhecer a ilha.

De volta a Belém e demais conexões (como dito na embarcação é possível ir a Macapá, Manaus e Santarém, tudo de barco), fui para a segunda parte da viagem, explorando a capital paraense. Novamente muito bem localizado dessa vez no albergue Residência B&B, bem na praça da República, ia de táxi pra qualquer canto da cidade por míseros dez reais. E sob um sol escaldante, conhecemos o instituto Emílio Goeldi, a basílica de Nazaré (onde acontece o Cirio de Nazaré), o Mercado Central e a casa das onze janelas. Mesmo sendo tudo bem perto, recomendo ir de táxi. Curti também o fim de tarde no bar das onze e quase morri de angústia na estação das Docas com o Brasil na Copa, decidindo nos pênaltis no jogo lá de Beagá contra o Chile. Haja coração por aquela final antecipada, ainda mais porque era na minha cidade onde depois aconteceu todo aquele vexame, deixa a copa pra lá.

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Destaque para o Mangal das Garças, onde as tais garças caminhavam livremente junto de patinhos, camaleões e outros bichos, a maioria soltos, que imprimiam um certo charme ao lugar. A estrutura ainda conta com borboleteio, orquidário e mirante na beira do rio. Destaque também para o passeio de barco com apresentação de Carimbó e outros ritmos regionais que percorre toda a orla da cidade, numa espécie de ônibus, ou melhor: barco turístico, muito divertido. Saídas entre o final das Docas e Início do Mercado Ver-o-Peso. Afeira na praça República, aos domingos, também é parada obrigatória pra comprar lembranças e ver as iguarias que só se tem no Pará. Vimos artistas locais, e experimentamos os refrescantes Chopp da Vovó, o suco de cacau e o sorvete de tapioca.

Encantando pela simplicidade e simpatia, muita gente me advertiu de uma violência que não vi em Belém. Ao contrário do que muitos disseram, achei a cidade segura mesmo tendo evitado dar bobeira a qualquer hora do dia ou da noite. Pra quem quer gastar pouco, a boa notícia é que a terra da Joelma é muito mais barata que a média nacional, gastei uma ninharia e fiz absolutamente tudo que queria, inclusive comi muito bem, organizei um rodízio de tapiocas no hostel e agora me tornei expert nesse prato.

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Não posso deixar de te contar que existe a chuva diária que serve como referência para marcar um encontro, que pode ser depois da chuva por exemplo. Ela sempre cai entre 15 e 18 horas. Não vou me esquecer do “veropa” (Mercado Ver-o-peso), dos sorvetes Cairú (especialmente os sabores de cacau, castanha do pará e tapioca), do pato no tucupi, do jambu, da maniçoba e açaí com peixe. No final das contas, o Pará me surpreendeu positivamente pelo seu conjunto, recomendo demais e quem sabe um dia eu até volte por lá, nem que seja para visitar os amigos Rita e Felipe. Menção honrosa para Fabiano Antunes, que dessa vez virou meu freguês no jogo de Canastra e pro meu querido amigo Bruno que nos acompanhou nesta viagem. Todos vocês fizeram a viagem se tornar inesquecível!

E aí, tá esperando o que pra Conhecer Belém? Pensa em passar uns dias conhecendo essas maravilhas? Pois então não deixe de falar conosco por meio deste link, vamos te ajudar a planejar um roteiro sob medida, de acordo com suas preferências. Nós, turisteiros, assessoramos você por meio da experiência em viagens desde a compra da passagem até os detalhes mais importantes e o melhor: por um precinho bem camarada, seja pra destinos nacionais ou internacionais. Somos turisteiros e também amamos viajar! Até breve.

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Amilton Fortes

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