Imagine um lugar com ruas limpas, casas lindas, trânsito onde os motoristas são educados, gente bonita e uma temperatura que pode facilmente ficar abaixo de zero grau. Apesar de parecer que estou falando de algum lugar fora do país, essa é na verdade uma descrição muito adequada para Campos do Jordão, no interior do Estado São Paulo. Situada na Serra da Mantiqueira, este paraíso charmoso fica pertinho da capital “Sampa”, a apenas 173 quilômetros ou aproximadamente duas horinhas de carro. Para quem vai de “Beagá” ou do Rio também é possível, as estradas são ótimas. Saindo da capital mineira, muitos tem o hábito de parar na pacata cidade de Monte Verde, outro roteiro cobiçado pelos casais enamorados. Por lá é certeiro encontrar uma vibe mais natureza, menos badalação. Mas sendo bem parcial, preferi Campos.
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Dizem que fora do inverno a cidade não tem o mesmo astral nem charme, portanto é aconselhável conhecê-la entre meados de maio até o início de setembro. Em junho e julho, no ápice do inverno, é comum fazer aquele friozinho gostoso praticamente o dia inteiro. Aos desavisados, já informo: terá problemas se for a Campos sem o hotel reservado, pois a cidade “bomba” e está sempre cheia.
Mas quem lê nosso site não passa aperto, pois a dica de ouro para quem fica sem vaga ou não quer pagar uma fortuna na cidade do charme é se hospedar na cidade vizinha de Santo Antônio do Pinhal. Logo na entrada, depois de passar pelo posto da polícia militar, siga por alguns metros e observe do lado direito um restaurante de comida japonesa/chinesa chamado Nihhon. O que poucos sabem é que lá também funciona como hotel, negociando diretamente com o dono você consegue um quarto casal, mas digno e com banheiro pela bagatela de R$100 (cem reais) (REF: JUL/15). São apenas 20 minutos do centro de Campos do Jordão e uma baita economia no bolso.
Turistando pela cidade, pegue um mapa e as principais dicas no pórtico de entrada, são muitas opções para programas em casais, amigos ou família. Reconheça o território caminhando pela Vila Capivari. Restaurantes, lojas de roupas, decoração e confecção própria irão preencher facilmente um dia de passeio que pode ser feito todo a pé. Dentre as atrações, destaque para o teleférico que sobe o Morro do Elefante e, de longe, parece coisa de criança. A subida é em assentos individuais, cruzando por uma movimentada rua e subindo pelas montanhas. Chega a dar um frio na barriga, mas é bem divertido. E a vista lá de cima é de arrancar sorrisos e suspiros. Nessa região, nossas recomendações pessoais são experimentar o almoço do restaurante Safari, como descrevemos aqui e jantar no Villa Gourmet, como relatamos aqui.
O prato mais típico da cidade se chama fondue. Eles são servidos como sequência, ou seja, um único prato de cada (queijo, carne e chocolate) ou em rodízio, quando se come até não aguentar mais, podendo repetir diversas vezes os acompanhamentos e molhos, que foi como eu fiz. Para um lanche mais casual, que tal um sanduíche caprichado? Então seu destino é a Titos Hambugueria.
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Ambiente descontraído, sanduíches de pães e carnes artesanais, tudo é muito bem servido e com preços acessíveis. O local funciona das 11:30 às 15 horas como restaurante de pratos executivos (bife a cavalo, filé de frango, peixe grelhado, strogonoff de frango e contra filé) e das 18 às 23 horas como hamburgueria, sendo os mais pedidos: marrento, gol de ouro, e brocador. É ideal principalmente para um lanche rápido, oferece ainda as sobremesas banana caramelada em laranja em calda, mini fondue e milk shakes, vale a visita.
Prefere uma pizza? Então você tem que experimentar o requinte e o ambiente agradabilíssimo do Café Terraço, uma pizzaria muito especial, afastada do burburinho mas com um atendimento muito cuidadoso feito pelo próprio cheff, o simpático Augusto, que vai pessoalmente em cada mesa, como falamos melhor aqui.
Sobre os passeios, meus favoritos incluíram ainda o Museu Felícia Leirner, um parque a céu aberto com obras de bronze, granito e cimento branco e que abriga o festival de inverno entre julho e agosto. Reserve uma tarde inteira para esta atração incluindo apreciar o por do sol no alto do morro. Gostei também da visita ao Palácio do Governo, onde é possível ter uma verdadeira aula de história desde a época de Dom Pedro, conhecendo as dependências do imponente prédio construído em 1964.
Para quem gosta de contato com a natureza, visitar o parque Amantikir pode ser uma boa pedida. Em uma área enorme e cheia de jardins, com orquidário, estufas e até um labirinto verde, quase tivemos que pedir socorro para conseguir sair de dentro.
Na segunda visita conhecemos o rancho Santo Antônio depois de percorrer uma linda e charmosa estrada que mais parecia cenário de filme estrangeiro. O rancho fica ao lado de um dos borboletários, sendo lugar ideal para quem curte esportes radicais. O local conta com a maior tirolesa da região, um circuito de arvorismo, passeio a cavalo e a nossa maior aventura: um campo de paitball. Em um terreno íngreme, cheio de obstáculos, brincamos e nos divertimos à beça com desafio mexicano, conquista da bandeira, dentre outras atividades, a equipe é de primeira, foi incrível.
Outra boa opção, sobretudo para quem vai com crianças, é visitar o parque Floresta Encantada, onde estão casinhas temáticas das fábulas infantis, onde qualquer pessoa se sente um verdadeiro anão. Tem a casa da branca de neve, dos fantasmas, a dos coelhos, a da bruxa e até a do papai noel. Mesmo com tudo bem pequenininho, dá pra entrar e se divertir à beça. Eu até deitei num beliche que havia em uma delas. Recomendo o programa mesmo para aqueles que já não são assim tão jovens.
No roteiro precisa estar incluído uma ida ao pico do Itapeva, local ideal para boas fotos e também admirar os vales que se estendem pelas redondezas. Mas leve agasalhos porque lá em cima a temperatura despenca. Outros atrativos são: a Fábrica de Chocolate, a cervejaria Baden Baden, a cachoeira Ducha de Prata, a Casa de Xilogravura, o Mosteiro das irmãs beneditinas. Infelizmente não tivemos tempo suficiente para conhecer a Fazenda Lenz, nem para fazer o passeio de Maria Fumaça ou visitar o Bosque do Silêncio. A cidade tem muitos atrativos e há quem fique por lá cerca de 30 dias. Portanto recomendamos, no mínimo, um final de semana de sexta a domingo.
É relevante dizer que para conhecer a grande maioria dos atrativos de Campos do Jordão você vai precisar de um carro ou se infiltrar em uma excursão, inclusive considere a respeito quando for planejar sua viagem. A grande maioria dos passeios tem um custo baixo ou moderado, sendo possível agradar a todos os tipos de bolsos.
Portanto, seja namorando, comemorando lua de mel ou junto de um grupo de amigos, viajar por essa cidade é um programa imperdível para todas as idades e ocasiões. Ideal para quem quer conhecer algo muito semelhante a Europa, mas prefere continuar dentro desse nosso “brasilzão”, sobretudo em tempos de crise. Um convite a admiração e aventura, haja máquina fotográfica para registrar tanta beleza!
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